O Abrigo dos Bichos (uma sociedade protetora dos animais) enviou uma nota à imprensa se colocando contra a Lei estadual 3.489/08 que cria um seguro obrigatório para cães de médio e grande porte e que impede a condução desses animais por crianças ou adolescentes. O seguro, que ainda não tem valor definido, é contra danos que os cães possam causar. Mesmo sem regulamentação, a lei entrou em vigor na quinta-feira (14).
“Esclarecemos que o Abrigo dos Bichos repudia veementemente quaisquer iniciativas que induzam a população a crer na ferocidade extrema de cães domésticos”, afirma trecho do documento assinado pela presidente do Abrigo dos Bichos, Maria Lúcia Metello. “Leis como esta só servem para induzir a população mais desinformada a crer que os cães das raças discriminadas são ferozes e que podem atacar indiscriminadamente os seres humanos”, prossegue o documento.
Para o Abrigo dos Bichos, animais criados e tratados com carinho e respeito não são agressivos. A lei é de autoria do deputado Júnior Mochi (PMDB). “Lamentamos profundamente que o deputado Júnior Mochi não tenha procurado mais informações junto às entidades de proteção animal ou mesmo junto aos criadores das raças maiores, pois se assim o fizesse, certamente não idealizaria tal Lei”.
Para a entidade, o seguro pode fazer com que boa parte dos proprietários das raças de médio e grande porte como Pit Bull, Rottweiler, Dobermann, Pastor Alemão e Fila Brasileiro simplesmente abandonem os animais em via pública para fugir do encargo. “E aí sim, realmente expondo a população ao risco de ataques”.
O Abrigo dos Bichos se coloca contra até mesmo um aspecto menos polêmico: o uso de focinheiras. Para o Abrigo dos Bichos, colocar focinheiras em animais de médio e grande induz a impressão, muitas vezes errada, de que o animal é feroz.
Sábado, 16 de Fevereiro de 2008 00:02 - Paulo Fernandes