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ONGS pedem VASECTOMIA também em EM CÃES e GATOS
21/04/2009 - 09:10h
Edição: 917 Data:19/04/2009
Taís Lacerda
A notícia de que a Prefeitura de Goiânia firmou parcerias para realizar vasectomia em macacos, veiculada no último dia 13, provocou questionamentos por parte de veterinários e entidades protetoras de animais em Goiânia. A pergunta feita por representantes de associações é a mesma: “Por que só os macacos?”. A dúvida surgiu porque pessoas ligadas à defesa do meio ambiente lutam, há anos, pela implantação de um programa público de castração de cães e gatos na Capital, sem que tenham conseguido resultado concreto.
“Quando se fala em saúde pública, é preciso amenizar riscos. Na periferia, é costume deixar animais soltos, que correm risco de ser atropelados e acabam atuando como veículos de disseminação de doenças, tanto para outros bichos como para pessoas. E a Prefeitura de Goiânia, ao invés de implantar programas de castração, optou por simplesmente matar”, comentou o veterinário Carlos Antônio Cláudio, membro da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa) e dono da clínica Bicho Saudável.
Para ele, o sacrifício de animais saudáveis já deveria ter sido abolido há muito tempo em Goiânia. “Em outras cidades do mundo, o governo estimula a adoção e a posse responsável. Aqui, o Departamento de Controle de Zoonoses, insiste no sacrifício, que é um método arcaico, desumano, ultrapassado e que não é eficaz no combate a doenças”, criticou.
O veterinário explica que, quando se fala em controle da população de animais, o melhor é castrar machos e fêmeas, e não somente o macho, como é a proposta da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), com relação aos macacos. “Para que aconteça castração em massa nesta cidade só está faltando vontade política. Conheço muitos colegas que ficariam satisfeitos em fazer as cirurgias voluntariamente, desde que o poder público pagasse a anestesia, o fio de sutura e o antibiótico”, disse Carlos Antônio.
A advogada Ana Maria de Morais, presidente da Sociedade Goiana de Proteção aos Animais (Sgopa) explica que, para o governo, fica mais barato castrar que matar. “Não sabemos por que o Centro de Zoonoses insiste em assassinar cães, gatos e cavalos saudáveis. Se optasse por castração, a Secretaria de Saúde gastaria somente R$ 1,80 com medicamentos e fio de sutura, porque compraria no atacado todo o material necessário. E sabemos que, ao optar por matar o bicho, o governo gasta R$ 30 com cada morte”, afirmou.
A presidente da Sgopa disse que não entende a preocupação da Prefeitura de Goiânia com macacos e o “descaso” com gatos, cães e cavalos. “Mesmo depois que o Ministério Público sugeriu uma série de mudanças no Centro de Zoonoses, nada foi feito, e o diretor já declarou que não vai seguir todas as recomendações da promotoria.Macacos, cães, gatos, cavalos, todos fazem parte do meio ambiente, interagem com humanos. E, portanto, todos devem ser respeitados e ter população controlada”, defende. O diretor do Departamento de Controle de Zoonoses (DCZ), Geraldo Rosa, foi procurado pela reportagem do HOJE na manhã de ontem, pelo telefone celular, mas a ligação não foi atendida.
BIODEFESA TEM PROJETO DE ESTERILIZAÇÃO
A presidente da Associação de Defensores do Meio Ambiente – Biodefesa, Maria de Lourdes França Rabelo, contou que já apresentou para a prefeitura um projeto completo, detalhado, sobre esterilização de cães e gatos, mas nunca obteve resposta concreta sobre o assunto. “O diretor do Centro de Zoonoses disse apenas que não tem interesse em castração”, comentou Lourdes.
“O que não conseguimos entender é por que a prefeitura só está se preocupando com os macacos. Nós também acreditamos que é necessário controlar a população de macacos, e inclusive vamos acompanhar como será feita a vasectomia dos machos dominantes, mas queremos lembrar que cães e gatos não podem ser esquecidos”, disse.
O projeto da Biodefesa mostra as vantagens da esterilização precoce, feita quando os bichos estão na faixa etária de 4 a 8 meses, e nas melhorias que o procedimento pode trazer no controle das zoonoses. Além disso, prevê custos, atitudes a serem tomadas e entidades que poderiam estar envolvidas no processo.
Outro ponto do programa diz respeito a identificação e registro dos animais que passaram por castração, que entrariam em um cadastro único, onde o nome e dados do dono seriam registrados.
Fonte:
hojenoticia.com.br
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